Sustentabilidade

Metas climáticas na Europa em risco por razões económicas

Regras fiscais apertadas da UE podem pôr em causa investimento público para descarbonizar economias
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Energia solar e eólica (Foto: M. Sohn/AP)
Energia solar e eólica (Foto: M. Sohn/AP)

A descarbonização da economia é cada vez mais essencial, mas parece que nem todos os países da União Europeia (UE) vão conseguir fazê-lo, mantendo a sua economia estável e dentro dos parâmetros exigidos pelas regras fiscais da UE.

Um novo relatório da New Economics Foundation, um think tank inglês, alerta que apenas nove dos 27 Estados-membros têm condições para fazer o investimento necessário para atingir os objetivos climáticos da UE – reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até ao final da década.

Ainda assim, parece que são ainda menos os países que vão conseguir alcançar a meta climática europeia e respeitar o Acordo de Paris, conseguindo também cumprir os tetos de défice orçamental e divida pública. Apenas a Suécia, a Dinamarca, a Irlanda e a Letónia têm como o conseguir.

Poluição - AWAY
Países europeus têm de atingir metas ambientais (foto: Martin Meissener/AP)

A Bulgária, Estónia, Lituânia, Luxemburgo e Eslovénia têm capacidade económica para atingir a meta climática, mas não para cumprir o Acordo de Paris, salienta o relatório.

Desta forma, a New Economics Foundation alerta que algumas das maiores economias europeias, como França, Espanha ou mesmo os Países Baixos, não têm recursos para cumprir a agenda climática dentro dos prazos estipulados. Países como a Alemanha e a Áustria vão ter dificuldade em cumprir os mínimos no investimento verde.

Portugal surge do lado dos países que não vão atinger as metas de descarbonização cumprindo as regras fiscais da UE. Os únicos países que terão mais dificuldade serão Itália e Grécia.

Energias renováveis - AWAY
É essencial investir em energias limpas (foto: Rafiq Maqbool/AP)

Para realizar a análise, a New Economics Foundation considerou as regras ficais europeias que ditam que os Estados-membros têm de ter um défice orçamental abaixo dos 3% e uma dívida pública inferior a 60% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, fez as contas tendo por base que será necessário fazer um investimento de pelo menos 520 mil milhões de euros para se conseguir reduzir as emissões de gases de efeito de estufa.

Um representante da Comissão Europeia já reagiu a este relatório salientando que estas contradições em relação ao investimento necessário versus as regras fiscais europeias não existem, cita a Euronews.

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