Sustentabilidade

Alterações climáticas e poluição agravam situação dos recursos hídricos na UE

Relatório da Agência Europeia do Ambiente alerta que recursos hídricos estão sobrecarregados
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Seca na Catalunha, Espanha - reservatório de Sau (foto: Emilio Morenatti/AP)
Seca na Catalunha, Espanha - reservatório de Sau (foto: Emilio Morenatti/AP)

A Europa está longe de concretizar os objetivos de melhoria da qualidade da água e os recursos hídricos estão cada vez mais sobrecarregados, concluiu um relatório divulgado hoje pela Agência Europeia do Ambiente.

De acordo com o relatório, a poluição, a degradação dos habitats, as consequências das alterações climáticas e a sobreutilização da água potável estão a sobrecarregar os recursos hídricos na Europa “como não tinha acontecido até hoje”.

A investigação feita pela Agência Europeia do Ambiente sobre a utilização dos recursos hídricos foi a maior realizada até hoje e concluiu que a Europa precisa de inverter o caminho que está a seguir.

“Não está a caminhar para concretizar os objetivos de melhorar a saúde das águas ao abrigo das regras da União Europeia”, concluiu a agência europeia.

A agricultura é o setor que mais sobrecarrega os recursos hídricos, quer à superfície, quer ao nível freático, com impactos que resultam “da utilização da água e poluição que advém da utilização intensiva de nutrientes e pesticidas, de acordo com a monitorização feita pelos próprios Estados-membros.”

A agricultura “é de longe” o setor que mais consome água na União Europeia (UE) e, “sem alterações nas práticas, a necessidade de uma agricultura de irrigação vai provavelmente aumentar por causa das alterações climáticas”.

Os ecossistemas aquáticos estão “severamente afetados por químicos” e o que resta da produção de energia proveniente do carvão, assim como a “difusão de poluição de nutrientes e pesticidas da agricultura”.

A degradação dos habitats “é transversal” a todos os países.

Só 37% dos recursos hídricos à superfície em toda a UE alcançaram um estatuto ecológico “bom” ou “elevado” (o estatuto ecológico mede a saúde de um ecossistema), ao abrigo das regras que a UE implementou para melhorar a qualidade das águas, e só 29% alcançaram um estatuto químico “bom”.

A diretora da Agência Europeia do Ambiente, Leena Ylä-Mononen, reconheceu que a saúde das águas na Europa “não está boa”.

“As nossas águas enfrentam desafios sem precedentes e está em risco a segurança da água na Europa”, lamentou, pedindo “esforços redobrados” para assegurar este “recurso vital para as próximas gerações”.

Os recursos hídricos subterrâneos estão em melhor estado, 77% estão com um “bom” estatuto químico e 91% estão disponíveis em quantidades suficientes.

Mas “não houve progressos” na qualidade destes recursos, pelo que a tendência é de deterioração.

A Agência Europeia do Ambiente alertou para a necessidade de reduzir a utilização de água, torná-la “mais eficiente”, reduzindo, por exemplo, a pressão da água nas redes de abastecimento.

Os Estados-membros, acrescentou aquela instituição, têm de se esforçar mais para cumprir os objetivos estabelecidos por Bruxelas, no sentido de preservar os recursos hídricos.

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